terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ainda em relação à utilização educativa da Internet…


Após uma aula em que apresentámos os jogos que tínhamos escolhido para determinada faixa etária, com determinados objectivos, a nossa perspectiva sobre os mesmos foi totalmente alterada.

Se em primeira instância os jogos nos parecem adequados e potenciadores de certas competências ou saberes nas crianças, se reflectirmos um pouco mais, compreendemos que muitos deles se limitam a dizer às mesmas o que fazer. Consequentemente, existe apenas uma resposta que se compara a um acto mecânico, muitas vezes por tentativas e não por conhecimento.

Ora, o que se pretende é que sejam as crianças a construir o jogo, isto é, que sejam as mesmas a estimular a sua imaginação e a criar algo que lhes interesse e as auxilie no desenvolvimento de determinadas competências.

Deste modo, compreendemos que é necessário pensar e repensar os conteúdos que apresentamos às crianças. Temos uma responsabilidade acrescida, pois se é normal e desejável que a criança explore estes jogos em casa, por sua iniciativa, na escola, o professor tem o dever de apresentar à criança recursos onde não reste a dúvida que as crianças adquirem, de facto, aprendizagens.

No caso específico do jogo apresentado por nós, mas também em muitos outros que encontramos no vasto mundo da internet, o principal defeito é a inexistência de um feedback, ou seja, se a criança errar, não lhe é explicado porque errou ou o que deveria ter feito.Assim, constata-se que o jogo das letras seria um recurso com muito mais potencialidades se demonstrasse à criança que a letra que escolheu não é a correcta, pois (por exemplo) seleccionou um “M” em vez de um “N”.

Concluindo, é indispensável a reflexão crítica do que fazemos e é estritamente necessário que, como futuras educadoras ou professoras, tenhamos em atenção que tipo de objectivos pretendemos atingir com determinada proposta e se a mesma permite de facto atingi-los ou é apenas interessante. Acrescentamos ainda que dada a importância do assunto, decidimos analisar dois documentos que retratam a importância de analisarmos criticamente os softwares educativos multimédia. Aconselhamos a sua leitura
aqui!


 
Nota: Salientamos que caso aceda à nossa hiperligação e pretenda abrir os documentos das referências bibliográficas terá que efectuar o dowload do ficheiro.

 

As autoras:
Ana Teresa Gonçalves e Sara Silva

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A Descoberta da Escrita

Pensámos que faria sentido, ainda a propósito do post “Utilização educativa da Internet”, reflectir sobre a questão da descoberta da escrita. Vale a pena pensar nisto…

Sabemos que nem todas as crianças pensam de igual forma sobre a natureza da linguagem escrita, pois enquanto umas a relacionam com a linguagem oral, outras não são capazes de o fazer.

Deste modo, como futuros profissionais da educação, pais ou apenas “adultos” devemos compreender a importância de proporcionar à criança ambientes ricos em literacia. 

Actualmente, é inquestionável o papel e a importância da linguagem como capacidade de comunicação e de acesso ao mundo e ao conhecimento. Todavia, até há relativamente poucos anos não existia consciência das concepções emergentes da literacia, por isso os conhecimentos que as crianças poderiam ter antes de entrar na escola não eram valorizados.

Felizmente, esta ideia foi alterada e por isso hoje sabemos que as crianças desenvolvem diferentes conhecimentos sobre a linguagem escrita, mesmo antes de estes lhe terem sido ensinados. Esta situação deve-se ao facto de as crianças interagirem com outras crianças e adultos que utilizam a escrita e de serem aprendizes activos, num processo contínuo. Assim, vão construindo conhecimentos sobre o mundo, à medida que exploram o meio envolvente e reflectem sobre as suas explorações.

Sabe-se igualmente que existem actividades que potenciam o crescimento linguístico das crianças, por isso cabe aos pais e principalmente aos educadores promover contextos potenciadores da linguagem escrita. Devem assim mobilizar diferentes funções da linguagem escrita, tanto na resolução de situações reais, como em situações de jogo e brincadeira (Como a que indicamos no post “Utilização Educativa da Internet”). O objectivo é que criem situações contextualizadas do uso da leitura e da escrita e integrem na sala diferentes tipos de livros ou materiais, proporcionado oportunidades de exploração do escrito.

Em conclusão, a escrita é cada vez mais valorizada, sobretudo na presente Era da Informação e do Conhecimento, onde diariamente nos é exigido um uso competente da linguagem escrita, seja pela multiplicidade de formatos com que nos chega a informação, seja pela necessidade de desenvolvimento do nosso espírito crítico. Assim, sendo a literacia a capacidade de compreender, de produzir e de usar com eficiência e eficácia a linguagem escrita, esta deverá ser estimulada ainda antes da idade escolar e consolidada, posteriormente, no decurso da alfabetização.
As autoras:
Sara Silva e Ana Teresa Gonçalves

Bibliografia consultada:
- MATA, Lourdes (2008) A Descoberta da escrita – Textos de apoio para Educadores de Infância. Ministério da Educação, DGIDC
- GOMES, I. & SANTOS, N. (s.d.). Literacia emergente: «É de pequenino que se torce o pepino!» [Em linha].
Disponível em: http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/abz_indices/002176_ot_literacia_emergente_b.pdf [Consultado em 18/09/2010].
- LEAL, T. (et al.). Desenvolvimento da literacia emergente: competências em crianças de idade pré-escolar [Em linha].
Disponível em: http://195.23.38.178/casadaleitura/portalbeta/bo/abz_indices/002271_ot_desenvolvimento_literacia_emergente_b.pdf [Consultado em 18/09/2010].

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Utilização educativa da internet

O Jogo das Letras


Após uma visita por alguns dos recursos, dirigidos ao público infantil disponíveis na web, elegemos um dos jogos criados pelo junior.te.pt.

Este site, gerido pela Texto Editores, contém informações e actividades para o Pré-Escolar, o 1.º e o 2.º ciclos do Ensino Básico, podendo ainda ser explorado por pais e educadores.

Desta forma, pensamos que o Jogo das Letras pode ser um recurso útil para as crianças do pré-escolar ou do 1.º ano do 1.º CEB, na medida em que estas visualizam a palavra e o desenho do objecto correspondente, por vezes associado a um som. Ora, o que terão que fazer é escolher de um conjunto de letras as que pertencem à palavra apresentada.

Por conseguinte, este jogo foi considerado por nós um conteúdo educativo de interesse pois permite que a criança vá compreendendo e concebendo as relações entre o texto e a imagem, além de que origina a capitalização do vocabulário visual, a decifração e ainda o desenvolvimento do vocabulário adquirido.

A não esquecer está também o facto do conteúdo científico se adequar ao público em questão, visto todo o site estar escrito e falado em português, assim como as instruções de cada jogo explicadas, o que não exige que o seu utilizador saiba ler.

Consideramos ainda que este jogo poderá ser explorado tanto em casa, com o incentivo e apoio da família, como na escola sob a orientação do professor, que poderá explorar entre outras questões a emergência da literacia.

Para aceder a este jogo clique aqui. E para saber mais sobre este tema consulte o post: A descoberta da escrita.




As autoras:
Ana Teresa Gonçalves e Sara Silva